22 de outubro de 2008

Aqueles Dias

Acordo e já estou atrasado para a faculdade, rapidamente tomo aquele banho gelado, e bota gelado nisso, me visto e saiu de casa sem ao menos saborear a refeição matutino. Ando até o ponto de ónibus aonde o motorista, já impacientemente, me esperava com aquela cara de quem tomou todas no dia anterior e ainda não se curou totalmente da ressaca.

Até a FAFIDAM são vinte e cinco minutos de viagem em uma lata velha caindo aos pedaços tendo que disputar espaço não só com as pessoas mas também com alguns animais menos dignos de apreciação. E assim vamos todos juntos, humanos e pragas rastejantes, mais apertado que pinto dentro de ovo, para mais dia de nossas miseráveis vidas.

Apesar de tudo, a força de vontade supera qualquer dificuldade e chego, bastante atrasado, na sala de aula determinado à dar tudo de mim, no bom sentido. Mas tenho que admitir que não é fácil aguentar mais de quatro horas numa aula de química como aquela, principalmente quando a professora não ajuda. Aí, no final, até parece que eu saí com mais duvidas do quê quando entrei.

Por fim, para variar chego atrasado no ponto e perco a lata velha. Acho que nem as baratas sentiram a minha falta no coletivo. Então tenho que caminhar quase três quilómetros debaixo daquele sol de onze e meia em pleno calor do interior cearense.

Você já teve um daqueles dias em que era melhor nem ter se levantado da cama, nem ao menos para ir ao banheiro, cobrir-se novamente e ficar ali, paradinho até o fim do dia? Pois é, se você ainda não teve é melhor começar a pensar sobre isso.

18 de outubro de 2008

O Caminho Sem Volta

Já faz quase um mês que não vejo aquele pequeno passarinho que dava o ar da sua graça na janela da minha cozinha todas as tardes. Sempre o via, fizesse chuva, fizesse sol, não importava a circunstância ele sempre vinha no mesmo horário, parecia mais um inglês em sua pontualidade do que mesmo uma ave.

Volta e meia, ele me pegava comendo alguma coisa, e como bom anfitrião o convidava para entrar e comer algumas migalhas de pão. No começo ele recusava-se a entrar, mas depois de ganhar a sua confiança acabou-se qualquer sentimento de medo e apreensão que aquela pequena ave tivesse por mim.

Mas agora estou preocupado, pois à tempos que não o vejo pela rua, muito menos em minha janela. Fico a pensar se ele foi vítima de alguma pedra jogada pelos moleques da vizinhança ou talvez já tenha sido devorado por um dos vários gatos vadios que circulam por aqui, entre eles o meu próprio bichano, muito conhecido por não perdoar nenhum passarinho do quarteirão.

Vez em quando, fico a lembrar do meu pequeno amigo e tento imaginar aonde ele estaria agora, se tomou outro rumo ou se encontrou alguém lhe oferecesse mais que algumas migalhas de pães, se está bem ou se já passou dessa para uma outra melhor. Acredito que agora seja um caminho sem volta.

4 de outubro de 2008

Filosofando, Final

Ultima tirinha da série...